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sábado, 17 de dezembro de 2011

Dentro do Lar


Dentro do Lar
Famílias-problemas!...
Irmãos que se antagonizam...
Cônjuges em lamentáveis litígios...
Animosidades entre filho e pai, farpas filha e mãe...
Afetos conjugais que se desmantelam torvas acrimônias...
Sorrisos filiais que se transfiguram idiossincrasias e vinditas...
Tempestades verbais em discussões extemporâneas...
Agressões infelizes de conseqüências fatais...
Tragédias nas paredes estreitas das famílias...
Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade...
Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis.
Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações violentas em cadeia de ira...
Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados com vinagre e fel de queixa e recriminações...
Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problemas!
*
É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza.
A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontâneo, mas a colheita tem impositivo de obrigatoriedade.
O esposo negligente de ontem, hoje recebe no lar a antiga companheira nas vestes de filha ingrata e maldizente.
A nubente atormentada, que no passado desrespeitou o lar, acolhe nos braços, no presente, o esposo traído vestindo as roupas de filho insidioso e cruel.
O companheiro do pretérito culposo se reivincula pela consangüinidade à vítima, desesperada, reencontrando-a em casa como irmão impenitente e odioso.
O braço açoitador se imobiliza sob vergastadas da loucura encarcerada nos trajos da família.
Desconsideração doutrora, desrespeito da atualidade.
Insânia gerando sandice e criminalidade alimentando aversões.
Chacais produzindo chacais.
Lobos tombando em armadilhas para lobos.
Cobradores reencarnados junto às dívidas, na província do instituto da família, dentro do lar.
*
Acende a claridade do Evangelho no lar e ama a tua família-problema, exercitando humildade e resignação.
Preserva a paciência, elaborando o curso de amor nos exercícios diários do silêncio entre os panos da piedade para os que te compartem o ninho doméstico, revivendo os dias idos com execrandas carantonhas, sorvendo aze­ dume e miasmas.
Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual.
Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por engano dos Espíritos Egrégios.
Escolheste, antes do retorno ao veículo físico, aqueles que dividiriam contigo as aflições superlativas e os próprios desenganos.
Solicitaste a bênção da presença dos que te cercam em casa, para librares com segurança nos cimos para onde rumas.
Sem eles faltariam bases para os teus pés jornadeiros.
Sem a exigência deles, não serias digno de compartilhar a vilegiatura espiritual com os Amorosos Guias que te esperam.
São eles, os parentes severos nos trajos de verdugos inclementes, a lição de paciência que necessitas viver, aprendendo a amar os difíceis de amor para te candidatares ao Amor que a todos ama.
A mensagem espírita, que agora rutila no teu espírito transformado em farol de vivo amor e sabedoria, é o remédio-consolo para tuas dores no lar, o antídoto e o tratado de armistício para o campo de batalha onde esgrimas com as armas da fé e da bondade, apaziguando, compreendendo, desculpando, confiando em horas e dias melhores para o futuro...
Apóia-te ao bastão da certeza reencarnacionista, aproveita o padecimento ultriz, ajuda os verdugos da tua harmonia, mas dá-lhes a luz do conhecimento espírita para que, também eles, os problemas em si mesmos, elucidem os próprios enigmas e dramas, rumando para experiências novas com o coração afervorado e o espírito tranqüilo.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: S.O.S. Família. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 9